segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Gente coisa é outra fina (ou phynna, se preferir!)


Vamos falar hoje sobre os nomes dos prédios e condomínios de Águas Claras. Antes que me atirem pedras lá do alto do 30º andar, já adianto que, na listinha abaixo, incluí o nome do meu prédio e o do Paixão. Afinal, ninguém está imune à breguice e à síndrome de vira-lata das nossas queridas construtoras e incorporadoras, certo? Se não, vejamos:

- Saphira – não é dos piores, mas... observe o PH, que garante assim glamour e  sofisticação quatrocentona.

- Le Ciel – e quem disse que não se pode comprar um lugarzinho no céu, ops, em Le Ciel? Dá até pra financiar!

- Acqua Marine, Via Terrazzo (até gosto), Villa Grandino e Vitali – se você não pode ir à Itália, a Itália vem até você.

- Vive la Vie, Privilege – sinta-se na França.

- Concept Boutique Residence – é o meu preferido. Pausa pra respirar. Opa, desculpe, eu não consigo parar de rir.

- Scorpius Residencial Resort – com uns nomes desses, a concorrência no quesito “deslumbrado” fica difícil.

- Sofisticatto Lofts & Living – “qual é o nome do condomínio?” “Sofisticatto Lofts & Living. Sofisticatto com dois tês, por favor”.

- Mirante Prime – pra quem sentiu falta de um pouco de português, ó ele aí, gente!


Desculpem, eu não resisto.  E o nome das “facilidades”, então? Vejam só o que já vi:


- “Kids Club” – para um parquinho de crianças daqueles bem fuleiros;
- “Espaço Barbecue” – tucanaram a churrasqueira;
- “Espaço Gourmet” – 5 mesinhas e um fogão;
- “Fitness Center” – 3 esteiras (uma delas com defeito de fábrica) e 4 pesinhos melancólicos.


Menos, gente, menos... 

P.S. I: Cláudio me lembrou de um simplesmente im-per-dí-vel: NEW YORK BY VICTORIA. Oi?
P.S. II: Comentário dele neste post está a seguir. Vejam se não faz todo sentido do mundo: "Sempre achei que os nomes desses prédios foram criados pelo mesmo publicitário que dá nome aos motéis".

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

D. Marta em Águas Claras - A Encantadora de Bebês


A interação da mãe com a nossa faxineira, então, é uma dinâmica super divertida.  É que a Francisca leva a menininha dela, de 7 meses, e se tem uma coisa para a qual minha mãe nasceu foi para essa missão: cuidar de bebês, de modo que as duas passam o dia trocando ideias sobre criação de filhos, nascimento de dentes e  fraldas sujas. 


Num dia desses, liguei lá pra casa, pra ver como estavam as coisas, e ela respondeu:


- Sabe quem tá no meu colo, Issana? – tento falar o que quero falar, mas é quase impossível – Você ouviu? Ela dá dando gritinhos de alegria, você ouviu? - mais uma pausa. - Ah, vou ter que desligar, ela quer brincar com o telefone. 


Definitivamente, acho que não conheço quem goste mais de bebês que minha mãe. Segundo ela, aliás, todos perdem a graça, quando fazem 8 anos  e se tornam uns chatos, mas, até lá, como são interessantes... 




D. Marta em Águas Claras - O Barulho



Ela encontra vizinha no elevador e puxa conversa:

“Ah, você então vai parar no mesmo andar?”

“É sim”

Eu tento ajudar:

“Ela é a moradora do 5001, mãe.”

D. Marta  fica encantada:

“Ah, você tem um menino pequeno, não tem? Eu sempre ouço o barulho.”

A vizinha é muito agradável e responde, meio que se desculpando pelo “barulho”, e então eu digo que é um barulhinho bom (e é verdade, eles são uns vizinhos ótimos e nunca nos amolaram), a mãe concorda e diz que crianças são a alegria de um lugar.

 Despedimo-nos no corredor, mas eu ainda fico com uma vontade danada de explicar para ela (a vizinha) que, diferentemente de Águas Claras, o lugar de onde viemos é um lugar onde vizinhos não só se cumprimentam, mas trocam ideias, se ajudam e (principalmente) cuidam um da vida do outro.

D. Marta em Águas Claras - As Mangas


Já faz uns 2 meses que meus pais estão nos visitando. Acho o máximo ver a cidade a partir do olhar destes 2 mineiros, nascidos e criados no interior.


Para eles, por exemplo, o Parque não é somente o Parque. É também local de coleta de mangas. Da primeira vez, minha mãe chegou toda entusiasmada com a descoberta: 

“Issana, olha só, eu virei a minha blusa pra caber mais, mas tinha uma moça  do nosso lado, catando também, só que ela  era prevenida e tinha uma sacolinha e levou um monte”. 

A partir de então, ela nunca deixou de levar uma sacola plástica. Vai que rola, né? 


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Gente Humilde



Na terça também choveu muiiiito, mas, dessa vez, em horário menos inglório, ou seja, já estávamos em Águas Claras, lanchando no Tuza’s, lanchonete que, aliás, recomendo, pois é coisa muito melhor que esses lanches pasteurizados que a gente vê por aí, nas grandes redes.

O morador “escolado” da cidade já descobriu a tal lanchonete, então o movimento de entregas é muito grande: os motoboys vão e vêm, com seus pacotes e troquinhos de dois reais e setenta e cinco centavos. Num dia de chuva, então, o movimento deles fica ainda maior.  Na terça, logo que a chuva começou, as encomendas se intensificaram, e assistimos à mutação que os caras fizeram, na mesa quase ao lado, transformando-se em guerreiros vestidos de armaduras negras, prestes a encarar a borrasca (ops, acho que nunca tinha usado essa palavra!).

Ando meio emotiva (#dontask), mas me deu uma tristeza, quando vi os pés de um deles, que colocava as galochas e, no meio do processo, deixou à vista umas meias puídas, mas bem limpinhas. Gente, eram as meias de um trabalhador, de quem se arrumou direitinho, pra fazer suas entregas, uma coisa super assim “é gente humilde... que vontade de chorar...”.

Temos pouca noção do esforço que as pessoas fazem para nos servir, essa legião de homens e mulheres invisíveis, que fazem nossa comida, limpam as nossas privadas e entregam nossos lanches, nas noites chuvosas. Acho que, se desenvolvêssemos de forma mais ampla essa noção, o mundo seria menos frio, até porque relutaríamos um pouquinho mais em reclamar que “esqueceram de colocar o catchup que eu pedi e isso é um absurdo e eu nunca mais vou comprar ali”.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ao cinema, companheiros!



A vida do águas-clarense  é, como já falei tantas vezes por aqui, determinada pelo trânsito. Ontem, essa determinação chegou ao paroxismo, pois o céu despencou, o bueiro entupiu, o carro bateu e Brasília se tornou uma verdadeira barragem arregaçada, isso no singelo horário entre as 18 e as 19 horas, numa segunda-feira de expediente normal.

O caos, enfim.

Fui de carona com o Cláudio, que já abriu a porta do carro falando algo como  “é o apocalipse e só tem uma pista em frente ao zoológico”. Quando entramos na Avenida das Nações propriamente dita, caramba, a coisa já começava a engarrafar em frente ao Porcão.

Quem está há 2 anos em Águas já é bastante rodadinho e sabe, portanto, o que isso significa: HORAS (e não minutos) dentro de um carro cercado de estresse por todos os lados. Daí, tomamos a única medida possível: fomos ao cinema.

Não sei se foi pela ausência total de expectativas (afinal, QUALQUER COISA  é melhor que a impotência de dar minúsculas aceleradinhas de 10 metros, ad aeternum), mas tudo então passou a fluir de forma bem mais tranquila: o Cláudio achou uma vaga per-fei-ta, tomei um caldo verde no Ferreira,  vendo a chuva castigar o Lago e, depois, assistimos a SkyFall, bem abraçadinhos.

Bem, eu não sei se há mensagem edificante nisso tudo, mas não posso deixar de comentar: às vezes, a gente fica dando murro em ponta-de-faca, querendo mudar a realidade, e se esquece de que, meu amigo, seu carro não vai ganhar asas e você não vai se materializar em Águas Claras, diante de um cenário trevoso como o de ontem. O jeito, então, é ACEITAR A REALIDADE e MUDAR a própria ATITUDE, buscando alternativas menos sofridas e desgastantes.

(Hoje eu estou tão autoajuda... O pior é que acredito MESMO no que estou dizendo, pois já vivi na pele o desespero da falta de aceitação e a beleza de simplesmente fazer limonada de limão.

Tá, “fazer limonada de limão” foi o fundo do poço do lugar-comum, de forma que vou me retirando, antes que me decida a dizer que, depois da tempestade, vem a bonança.) 


domingo, 18 de novembro de 2012

Mas e o Tim Maia?


Síndicos são espécimes muito interessantes.  Frequento 2 prédios diferentes, então tenho acompanhado as peripécias de dois exemplares desta fauna. Confesso que ando intrigada e não tenho resposta para uma pergunta muito simples: afinal, o que leva alguém  a se tornar um síndico?


Faça um esforço e imagine a cena: você está ali, na sua vidinha tranquila de morador-classe-média-que-leva-seu-cachorro-pra-cagar-em-frente-ao-prédio-dos-outros  e resolve aparecer  numa certa reunião de condomínio, pra reclamar do barulho do 504, mas então leva um choque gostoso (nada como a popularidade, pois não?) quando alguém levanta seu nome como uma candidatura de peso para a batata-quente do ano, digo, para assumir o papel de síndico.


Você então, contra todas as probabilidades (e também contra a opinião de sua mulher), é vencido pela lisonja e  aceita a tarefa, quer dizer,  troca toda a tranquilidade possível na sua vida já tão intraquila  pelo privilégio de exercer um micro poder (será que essa é a resposta? Acho que, sozinho, o puro exercício do poder não justifica tanta chatice a suportar!) e, olhem só que incrível,  você também deixa de pagar a taxa de condomínio e passa a ganhar uns caraminguás de pro labore que, venhamos e convenhamos, não pagam nem um milésimo das infinitas amolações que, a partir daquele momento, não são mais do prédio ou da comunidade ou de cada vizinho em particular, mas passam a ser soberanamente suas – e você que se vire.


A partir de então, você se torna um escravo do prédio. Barulho no Primeiro às 3 da madrugada? Interfonam pra você. Sumiu uma encomenda? Pedem providências logo ali, no corredor do hall. Apartamento do 11º andar alagou todo o andar e os moradores desapareceram no ar? É você que tem que correr atrás do telefone do filhodedeus.  Crianças tocando o terror nos elevadores? Lá vai ele, o Síndico-Vilão, tirar doce da boca de crianças, digo, impedir a moçada de arrebentar (ou arrebentar-se) as engrenagens carésimas daqueles elevadores high-tech.

Eu mesma não sou lá muito de reclamar (pura falta de tempo, é claro!), mas já procurei o síndico daqui pra falar da luz que queimou no corredor, do cheiro de comida podre do andar, da vizinha que me liga às 6 da matina pra reclamar de um barulho inexistente. Imaginem quem curte uma reclamaçãozinha então, hein? É quase irresistível acionar a Polícia do Prédio.


Bem, mas então é isso: devo confessar que sou muito fã do síndico daqui, que se dedica DE VERDADE ao prédio. Não é incomum vê-lo com uma enxada na mão, ajeitando o jardim, ou parafusando uma lâmpada aqui, outra ali, quer dizer, temos a sorte de ter um síndico que, olhem só que diferente, esforça-se para além das responsabilidades. Para dar mais um exemplo dessa “dedicação sem fronteiras”: fizemos uma festa aqui no aniversário do Cláudio (huuum, isso merece um post, concordam?) e estávamos arrastando com dificuldade  uma mesa de 200 quilos e, tcharam, eis que surge, do nada, ele, o Síndico do Ano, que  não hesitou e passou a puxar peso junto com a gente.


Tá, pode ser que amanhã mesmo eu fique super desgostosa com o cara e volte aqui para reclamar, mas, por enquanto eu só posso louvar a quem, neste miolinho individualista chamado Águas Claras, se dispõe a cuidar do espaço comunitário, a arbitrar conflitos bobos, a gerenciar egos e situações.

Quando crescer, vou ser assim: uma síndica.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Saia da Maquete!


Chegou às minhas mãos a revista Veja Brasília, que pretende dar um panorama do que é Brasília, do que há para fazer , de quem são as pessoas mais interessantes, de quais são os melhores lugares para comer e beber.

Não vou entrar aqui no mérito da qualidade do trabalho, mas a revista retrata, de forma fidelíssima, a grande miopia da Capital, que é a de ignorar solenemente o chamado “Entorno de Brasília”, antigamente denominado de “cidades-satélite”. Em suma, a revista se limita a trazer a vida que acontece no Avião, na Maquete, nas Asas e, no máximo, nos Lagos da vida, ignorando solenemente toda a vida que pulsa em derredor.  O que mais me espanta, entretanto, não é a opção editorial feita, até porque imagino que deve ser muito complicado definir mesmo o que vem  a ser Brasília, o que constitui efetivamente a amplitude da “Cidade” e, dessa forma, apelar para definições “da lei” é bastante confortável. O que me espanta mesmo é que, para muitas pessoas que convivem comigo, Brasília é MESMO apenas o glorioso Plano Piloto.

Nestes 7 anos em Brasília, tive dois endereços no Sudoeste e, agora,  estou em Águas Claras. Logo que cheguei, ficava muito restrita mesmo ao Plano: tudo era resolvido ali entre o Conjunto Nacional e o Setor Hospitalar Sul. Com o passar do tempo e com as mudanças inevitáveis da vida, acabei abrindo os horizontes, processo que, evidentemente, ainda está em curso, mas, desde já, posso dizer:  que riqueza, quanta diferença, como há o que desbravar!  Mais que isso, posso afirmar: quanta pobreza, acreditar que tudo se limita à Brasilha da Fantasia, aos prédios todos iguais, às avenidas intermináveis, aos monumentos maravilhosos...

Veja bem, não estou dizendo que tudo isso não tenha lá o seu charme, até porque já me rendi a ele e acho o máximo transitar por um espaço tão diferente. O que não entendo é quem OPTA por ficar no limite de uma linha imaginária,  onde, em muita cabeça paranoica,  se está a salvo da pobreza e a violência. Lembro a série Once Upon a Time, em que os moradores de uma cidade fictícia estão eternamente condenados a viver no território exíguo da cidadela, pois, assim que colocam o pezinho para fora da linha, perdem todas as suas lembranças e sua própria identidade.  O que não percebem, enganados pelas facilidades de uma vida medíocre, é que talvez a identidade plena só se desenvolva para muito além da linha imaginária.

Enfim, faço um apelo aos meus queridos moradores do Plano que, nascidos e criados por ali, nunca experimentaram a Feira do Guará, o Parque de Águas Claras, a efervescência de Taguatinga. Nossa, há tanta coisa por descobrir! Bem, então é isso. Acredite em mim: “as glórias e as caras da cidade”  vão muito, muito além do Plano Piloto e de  suas adjacências  ricas. 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012


O que aconteceu de novo em Águas Claras? Ah, tanta coisa... Vejamos:


  •       O salão que frequentava fechou, liguei descabelada (com o perdão do trocadilho) e não consegui falar,  mas depois o descobri,  escondidinho no Edifício Moove, sem nem um milésimo do charme e do glamour do endereço antigo. O coitadinho parece aquelas damas orgulhosas, que caem na pobreza aos 70 anos, vão morar na periferia, mas levam consigo prataria e, sobretudo, nariz empinado. No que me diz respeito, redescobrir o Adarlan das Sobrancelhas foi um tremendo alívio (a propósito, desculpem o papo-brioche, ok?).
  •    O administrador da cidade mudou. Hoje eu não tenho a mínima ideia de quem seja, o que deixa saudade do Manoel Carneiro-cabelinho-de-cuia-tuiteiro-que-dava-atenção-à comunidade... Pena que no meio do caminho tinha uma revistinha. Tinha uma revistinha no meio do caminho.
  •    Inauguraram uma rua inteira, paralela à Castanheiras (está aí uma coisa que só acontece lá em Águas Claras: a cidade está tão por fazer que poderemos contar para nossos filhos que “na minha época, isso daqui era fechado e não tinha essa rua e tal-e-coisa” e nossos filhos nos olharão com benevolência, achando tudo um tremendo folclore e como-a-vida-da-mamãe-foi-primitiva).
  •     Também inauguraram, quase lá em frente de casa, um Posto de Encontro Comunitário (o nome será esse mesmo? Corrijam-me) e, agora, a gente fica observando lá de cima o exercício das pessoas e o interessante fato de elas preferirem sair dos seus condomínios com academias plus mega ultra blaster para utilizarem aqueles aparelhinhos da praça, só pelo gosto de conviver. Acho fascinante.
  •    Abriu um Subway, vai abrir uma Biscoitos Mineiros (viva!) e eu descobri que o melhor churrasquinho do mundo está na quadra do Piratas, mas isso é papo para outro post. Perceba que a civilização está chegando aos poucos. Não desanimemos, companheiros! 

De volta


Será que alguém ainda passa por aqui? Tanta coisa acontecendo nas águas claras da vida que o blog caiu para 20º plano. Fiz diversos posts mentais nestes tempos. Alguns, cheguei até a verbalizar com o Paixão. Outros morreram de inanição, guardados aqui dentro. Coitados, não chegaram a nascer, filhos de mãe estressada e ocupada...


Bem, mas isso não importa. O que importa é que anuncio, gloriosa e definitiva, o Retorno deste Blog-Jedi.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

E tudo começou com este blog...


Depois de um jantarzinho em casa, feito a duas mãos, pra comemorar nosso primeiro ano juntos, vou tomar banho. Quando saio, eis que ganho o melhor presente do mundo.

É tão lindo que não resisto em compartilhar: 



Uma ano atrás, devido à esse blog eu conheci o Grande Amor da minha vida. Uma mulher linda e tinhosa. 

Devido à correria, comprei uma pequena lembrancinha, mas não deu tempo de passar pro papel tudo o que eu sentia. 

Pra comemorar repetimos o prato que fiz pra ela no dia seguinte em que nos conhecemos. Mas aproveitando que a internet resolveu funcionar aqui no novo apartamento, senti que não tinha lugar melhor pra escrever o tal bilhetinho que não aqui, que foi onde tudo começou. 

Não tenho o talento que a Issana tem com as letras, mas o que eu quero dizer é muito simples, Issana. Você trouxe luz pra minha vida, eu achava que era feliz, mas na verdade, só conheci a felicidade depois de te conhecer. Realmente a vida pode ser muito boa. Principalmente depois que te conheci. Espero que possamos repetir essa comemoração de hoje até ficarmos bem velhinhos. Te amo muito.



Eu também espero que possamos repetir essa comemoração até ficarmos bem velhinhos, meu amor. 

Ai de mim, se não houvesse você, que apareceu justo quando eu passei a acreditar que só existia a paixão, e não o amor. Por mais estranho que pareça, foi exatamente alguém com o sobrenome "Paixão" que me ensinou que o amor existe sim, e é calmo e tranquilo e dá força e segurança.

Te amo também. 


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Série "Águas Claras - um novo jeito de morar?" - Parte I


O post de hoje foi inspirado em um comentário da Sabrina, que transcrevo a seguir, e na História da Rebeca, que está, junto com o noivo, vendo apartamentos aqui em Águas Claras:

Lendo o que você escreve sobre a sua vida em Águas Claras dá a maior vontade de morar aí!! =]

Vamos chamar esta série então de “Águas Claras: um novo jeito de morar?”:

Dica 1
Muito cuidado ao procurar apartamentos, principalmente se a ideia for  comprar,  e não somente alugar (do aluguel de um apartamento fuleiro, a gente consegue fugir, depois de um ou dois anos de contrato. Agora, da hipoteca na Caixa, iiihhh, a gente leva mesmo é uns bons 30 anos para se livrar...). Existe MUITA BOMBA por aqui. Há dois anos, quando procurava o meu, encontrei de um tudo: prédios cuja garagem se alaga COMPLETAMENTE (eu digo alagar no sentido de subir até quase o teto; coisa sinistra mesmo!) no período de chuvas, prédio de apenas 2 anos,  já com infiltração e paredes trincadas (medo, muito medo), empreendimento sem “habite-se” há mais de 10 anos. Num desses lugares, pra vocês terem uma ideia, quando subimos eu, uma amiga e o corretor, em pleno sábado de manhã, encontramos uma moça subindo as escadas com DOIS BALDES nas mãos: “é que aqui costuma faltar água”. Foi a maior torta de climão, o pobre do corretor se justificando com o clássico “isso nunca aconteceu antes e eu não sabia e eu ia avisar vocês e sou muito confiável e não desistam de mim, que o apartamento é lindo e quem é que precisa mesmo de água?”.

Muito cuidado mesmo, moçada.


Dica 2
Aliás, o exercício de comprar um apartamento é mais uma daquelas atividades pirantes que fazem a gente achar que seria melhor não ter nenhum livre-arbítrio na vida, de tão difícil que é se decidir por isso ou por aquilo. A dica que me vem à cabeça é uma só: conheça-se, do jeito mais socrático possível, pois, pra conseguir pirar um pouco menos do processo, você precisa ter muita clareza sobre quem é, sobre o que quer, sobre o que tem para gastar, sobre quais são suas prioridades. Vou dar um exemplo: uma vez, fui ver apartamento com uma amiga. Pensem numa área de lazer DOS SONHOS. Tinha até palmeira, bar molhado, um resort mesmo. Quando a gente foi para a “área individual”, meudeusdocéu, que coisa precária! Tudo de quinta categoria, apertado, sufocante. Para terem uma ideia, era um apartamento de DOIS QUARTOS (não era uma quitinete), mas sem espaço na área de serviço para colocar máquina de lavar. Tipo você é casado, tem um filhinho (dois quartos pressupõem um pouco isso, de pelo menos serem 2 pessoas, não? Eu, pelo menos, acho) e NÃO PODE LAVAR A ROUPA EM CASA, tem que colocar as roupas sujas numa bacia, colocar um pano na cabeça e ir para a beira da piscina,  “bater-as-roupa-tudo-no-porcelanato”.

Tome muito cuidado com papinho de corretor, que vai querer por toda sorte convencê-lo de que existe “um novo jeito de morar” e de que você vai curtir demais aquela piscinona, aquele fitness center, aquela quadra de squash dos sonhos, sendo que, como sabemos, na verdade você só vai descer um ou duas vezes, no primeiro mês, pra “estrear”, e nunca mais vai aparecer por ali.  No meu entendimento, área válida é área da porta pra dentro, é conforto interno, é não se encaixotar em 5 metros quadrados, é poder RESPIRAR. O resto é firula e maquiagem.

Num outro dia desses, a gente continua a conversa, tá? Agora eu tenho que tomar banho e voltar para o batente, digo, para a redação das minhas aulas do Ponto

sábado, 25 de agosto de 2012

Vida boa


Tarde em Águas Claras. As construtoras finalmente param. Está frio,  os pães estão velhos, há crianças passando fome na África, e é o momento de fazer uma torradinha, não só para matar a fome, mas principalmente para nos ocupar em uma tarefa conjunta (que não seja a que já realizamos, mas sobre a qual prefiro manter a discrição). Enquanto cortamos os pães, regamos com azeite, salpicamos o orégano e ligamos o forno, vamos falando da vida e das nossas histórias.

Quando nos damos bem, é incrível como a conversa flui, não é mesmo?

Finalmente, as torradas ficam prontas. A noite começa a baixar. Cláudio se lembra de que, se não temos geleia, podemos nos virar com o melado, que está ali, esquecido numa prateleira, melado bom de Cabeceiras, “exclusivo”, que a gente pode morrer de procurar, mas não encontra fácil, pois não é industrializado nem “globalizado”.

Ficamos sentados à bancada, por uns bons minutos, apreciando o melado “de raiz” e as torradinhas ainda quentes.

A vida pode ser boa.

Basta ter olhos de ver.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

É noite no Reino das Águas Claras


Quinta-feira, quase 10 horas da noite. Paramos o carro num daqueles estacionamentos que beiram o Parque. Percebemos que há um movimento, o cheiro de churrasquinho está ótimo, estamos com fome  e decidimos experimentar.

A estrutura é quase profissional e o negócio se chama "Espetinhos dos Amigos": bancos e cadeiras de plástico, comanda personalizada, vinagrete e feijão tropeiro devidamente acondicionados, pessoal uniformizado, cardápio estilizado.

A noite está fria, mas decidimos ficar – e não nos arrependemos.  Penso no quanto somos abençoados por viver aqui: o céu estrelado, o Parque do lado, os prédios do outro,  pessoas queridas por perto...

E por falar em pessoas, e não é que o Cláudio achou mais um conhecido da mítica Monte Carmelo, exatamente ali, às dez da noite, numa barraquinha de churrasco de Águas Claras? Ele ficou gritando “Fulano!” e dizendo “Acho que ele é lá de Monte Carmelo” e eu respondendo “Não é não, imagine, Monte é tão pequenina, Águas Claras também não é gigante, como seria isso etc e tal”, mas era mesmo o Fulano, e eles mataram saudades e falaram do quanto estavam encantados por se encontrar ali, em condições tão, digamos, peculiares.

Enfim, senti muita paz por ali (e pensar que, no mesmo dia, alguém foi baleado, dentro de uma padaria da cidade...) e quero voltar mais vezes, talvez até a pé, para aproveitar um pouco a noite – se as condições de segurança permitirem, é claro.

Deus livre o nosso Reino das Águas Claras da violência e da agressão. Que possamos continuar a viver sem medo e a aproveitar as noites, sejam elas frias ou quentes. Amém. 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Piratas Bar



A primeira impressão do local não foi das melhores. Era final de 2009 (ou início de 2010, não lembro com detalhes) e o movimento era intenso. Éramos 3 amigas, num sábado à noite, e até dá pra entender um pouco do sufoco da “hostess”, que nos enfiou numa mesa bem lá dentro, cercadas de famílias fofas e seus lindos bebês. Timing imperfeito, eu diria: nosso objetivo certamente não era ficar ali, naquele climão de pizzaria. Voltamos até ela, que nos disse “é melhor vocês ficarem por lá mesmo, que é muito difícil conseguir mesa”. O que fizemos? Juntamos nossos trapinhos e fomos caçar nosso rumo que, no caso, foi o All Dublin. Por lá, ficamos numa mesa ótima, tomamos nosso chopinho, a amiga pôde fumar à vontade e não nos sentimos “persona non grata”, que deveria levantar a mão pro céu, por ter conseguido uma mesa. 


Voltei outra vez, em meados do ano passado, para experimentar a feijoada, que o Ivens havia comprado um cupom. Achei a feijoada sem sal, ainda que bastante generosa. Os itens ficam separados em caldeirões apetitosos, a caipirinha é na faixa (pelo menos, era) e só faltou um titiquinho de sal, coisa fácil de se resolver. Em todo caso, não sei se voltaria, no preço inteiro, correndo esse risco... 



No último mês, entretanto, estive por lá novamente (agora, em novo “estado civil”), e a impressão melhorou muito. Primeiro, já tínhamos mesa, devidamente guardada por alguns amigos (oba!). Depois, havia uma promoção interessante: até as 21 horas ( terça-feira gooorda!), pagando 30 reais, você pode beber à vontade (modo encher-a-cara ativado!). Fora isso, experimentei um delicioso escondidinho de carne-seca, por indicação do garçom. Cláudio pediu uma porção de linguiça calabresa, que não achei assim uma brastemp, mas ajudei a comer também, que aqui o sistema é bruto e a gente curte altas aventuras e muitas confusões.



Foi uma noite agradável e eu acho que melhorei um pouco meu conceito sobre o lugar.



Nada como um dia atrás do outro...


                                                                                

sábado, 4 de agosto de 2012

O Bahamas


Não costumo escrever aos sábados, mas, enquanto lido com a ideia de não ter conseguido fazer o mítico biscoito de polvilho da minha mãe (tentaremos na próxima... afinal, “retroceder, nunca; render-se, jamais!”), não resisti em dar uma passadinha pra  falar do Edifício Bahamas.  

Bahamas não é um prédio descolado, com mesinhas com guarda-sol numa área aberta, onde clientes finos saboreiam um café, enquanto leem seus livros de filosofia existencialista. Bahamas também não é um recanto de mesas modernas e jovens de cabelos esvoaçantes, que bebem seus drinques sofisticados. Bahamas passa longe  de ser uma loja de departamentos bem-iluminada e higienizada, com as peças da última coleção etiquetadas em promoções incríveis.

Bahamas é um prédio baixo, pintado de azul-marinho forte, localizado entre o Walmart e a Avenida Araucárias. Nele, você pode fazer coisas incríveis e poderosas, como comprar cartolina, glitter e lantejoulas coloridinhas, além de umas boas folhas de cartolina, para sua atividade evangelizadora. Pode comprar elastano  por 1 real no armarinho (siiiiiiiiiim, meus amigos, eu não falei que o lugar era incrível???? Eles têm um armarinho inteiro, com senhoras fazendo tricô  na porta e donas meio surdas). Pode comprar frango assado (o cheiro disso, eu vou te contar...). Pode fazer unha em salões minúsculos, de portinhas estreitas. Pode comprar um amolador de facas e trocar as chaves. Ah, e mais importante ainda: pode finalmente levar o saco de roupas que estão por reformar, para uma costureirinha ajeitar o fecho e fazer a barra da calça.  

Por lá, você pode tomar aquelas pequenas providências que, na nossa vida classe mediazinha, são tantas vezes tão difíceis de fazer andar.

 Você pode, enfim, fazer a pé o movimento de tocar sua vida.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Bolos do Flávio


Sou simplesmente apaixonada pelo conceito de negócio da “Bolos do Flávio”. Trata-se de uma loja simples, minúscula: um balcãozinho, duas ou 3 atendentes e, o mais importante, um produto de primeira, vendido a bom preço, para atender a uma necessidade real, quer dizer, para atender uma necessidade que a gente nem imaginava que tinha.

Sabe quando você tinha 9 anos e assistia à Lagoa Azul a tarde inteira e, lá pelas 4, um cheiro incrível invadia a sala e você descobria que sua mãe tinha feito bolo? Então, quando você toma lugar em frente ao balcãozinho, o primeiro sentido atingido é o do olfato, e é inevitável que memórias da infância também apareçam. Daí, você começa a olhar a estufa (oi?) e vê ali expostos bolos de todos os tipos: grandes, pequenos, com cobertura, sem cobertura. Depois, olha o cardápio e fica difícil decidir: as opções são mesmo MUITAS e o preço é super amigável (8 reais o bolo simples, 12 reais o mais cheio de coisinhas). Basta agora então esperar a sua vez (o lugar está sempre cheio), pegar o carro, chegar em casa, passar um café e experimentar uma fatia. Na verdade, este é o momento apoteótico (que rufem os tambores!), pois aí você percebe que ainda há gente honesta, vendendo produtos de qualidade, sem enfiar a faca, a fim de valorizar o produto e de glamourizar as havaianas.

A propósito, fiz a maior média com a sogrinha, levando para ela um “Toalha Felpuda”, que é de coco, bem molhadinho. O único defeito deles, na minha opinião, é não trabalharem com produtos salgados, que são sempre os meus preferidos.

Dica: Toalha Felpuda: você não se arrependerá. Se a família for pequena, peça meio bolo, que eles vendem também.

Bom para: Comer muito, Gastar pouco.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Restaurante Fogão Goiano


O restaurante fica encravado no falido Pólo de Modas do Guará (na verdade, o Pólo não parece rigorosamente falido, mas acontece que deixou de ser um Pólo do que quer que seja, para se transformar em mais um daqueles locais cheios de lojinhas e salões de beleza e oficinas. Não há, enfim, uma enormidade de confecções e de pequenos empreendedores entusiasmados com a possibilidade de vestir o brasiliense).

Enfim, divago. Voltemos ao Fogão Goiano. Trata-se de um restaurante simples (sabe aquelas lonas do lado de fora, “pra abater o sol”? Por aí você tira uma ideia...). Sempre que vou até lá, lembro aqueles restaurantes da Vila Planalto, aqueles que só o pessoal muito escolado na cidade conhece, e que têm um preço bom, mas são bem pé-sujo e você só acredita que são "recomendáveis" quando a comida chega. O Fogão Goiano é bem este caso.

A proposta da casa é de servir, a quilo, a legítima comida goiana. A variedade impressiona (principalmente se levarmos em conta o preço) e você provavelmente vai encher aquele prato enorme, maior que a sua boca. Você fica desorientado, eu juro. É tudo muito gostoso e, detalhe importante, eles não colocam o famigerado coentro, o que, para mim, é um tremendo achado (detesto essa mania brasiliense de meter coentro em tudo... blergh!).

Sabe o que eu gosto também no Fogão? Gosto do fato de que, apesar de eles serem simples, não são desleixados. Um exemplo bem simples, mas que meu olho de mulher não deixou de observar, é que eles renovaram as toalhas da mesa, nas últimas semanas. Você vai me dizer: “que bobagem, quem disse que isso significa alguma coisa?”. Pois significa sim, cara-pálida, significa que tem alguém olhando o estabelecimento com olho de dono, cuidando dos detalhes, “fazendo o porco engordar”.

E por falar em porco, que me perdoem as almas sensíveis, mas o que é aquele pernil assado?

P.S.: esqueci-me de dizer que tenho assim um laço afetivo com o local, pois foi lá que eu e o Cláudio nos conhecemos... Quem disse que a alma-gêmea da gente não pode estar ali, no melhor self-service do Guará?

Dica: Experimente o pernil e o suco de laranja. Coentro's free.

Bom para: Ir com amigos, Ir com crianças, Almoçar, Comer muito, Famílias, Gastar pouco.

Localização no Google Maps - Clique aqui.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Campanha do Agasalho


É com muita alegria que torno a escrever para o nosso site querido. Pensei em muitos assuntos (aliás, quero trazer de volta alguns textos, que publiquei no blog antigo do DF Águas Claras), mas gostaria mesmo é de lembrar a todos da nossa Campanha do Agasalho.

No sábado mesmo, voltando pra casa com irmão e namorado, vimos uma família inteira (pai, mãe e dois filhos bem pequenos) revirando o lixo do prédio onde moro.  Eram umas 3 horas da tarde, estávamos voltando do almoço no Fogão Goiano (eiii, vocês conhecem? Fica no Guará e tem uma comida super variada e gostosa, além de um preço muito honesto), de barriguinha cheia, e a cena nos impactou.

O negócio é que, para a maioria dos moradores da cidade (eu, inclusive), a fome é uma abstração, um incômodo ligeiro, a ser resolvido logo ali, na próxima lanchonete. Numa certa vez, num trabalho voluntário que fazia na Rodoviária do Plano, vi uma criança de 6 anos devorar 3 pratos sucessivos de sopa. Naquele momento, entendi um pouquinho o que é a verdadeira fome  sem fim dos desamparados.  Acontece assim com a fome, mas não é diferente com o frio.

Vim de uma terra muito mais fria do que Águas Claras. Acostumei-me, portanto, a frios muito mais intensos, mas nunca me vi diante da situação de não ter no guardarroupa (aliás, já é de si louvável o simples fato de se ter um guardarroupa, pois não?) algo com que me aquecer. Também nunca tive que enfrentar o frio das ruas nas madrugadas.

Acontece que, na nossa lógica classe média, frio e fome são, como disse, abstrações, e incorremos no erro comum da Maria Antonieta que, na França assolada pela Revolução, sugeriu ao populacho  que se virasse com brioches, já que não tinha pão. Ora, como é que alguém pode não ter o que comer hoje à noite? Não trabalharam? Isso é possível, nos tempos dos bolsa-miséria? Como assim, alguém não vai ter um cobertor hoje à noite para se proteger do frio? Na M. Martan há uns tão baratinhos... Como pode?

Para nós, o frio não é concreto e não dói, de modo que questionamos se aquele cobertor velho (tou falando velho, não aos farrapos, certo?) pode servir para alguém, se alguém vai ter coragem de usar aquela blusa fora de moda que está enfiada num canto escuro dos nossos armários, se vamos mesmo nos deslocar até o Shopping Quê para colocar um pacote tão desenxabido dentro da caixa de coleta...

Questionamos tanto e, ao mesmo tempo, sentimos tão pouco, que o tempo passa e, de repente, lá se foi mais um inverno, sem que percebêssemos que o “bem que fazemos, é nosso advogado em toda parte”, advogado que nos defende, inclusive, de nós mesmos.

Participe da Campanha do Agasalho 2012. Mais detalhes aqui

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Instituto Vida


Hoje eu ia falar sobre o comportamento desrespeitoso das construtoras em Águas Claras. Até tirei umas fotos (viu só como estou uma blogueira aplicada?), na frente de um monte de pedreiros, que ficaram ali, de boca aberta, sem entender o que é que aquela baixinha estava fazendo,  tirando foto “deles”,  mas, como já fiz um post sobre isso e não estou muito a fim de dar murro em ponta de faca, vou deixar para outro dia.

Resolvi falar de  coisa boa, então vou contar para vocês que, naquele périplo que o Paixão e eu estamos fazendo por Águas Claras, pra descobrir um centro espírita mais perto do que o que frequentamos, acabamos encontrando o Instituto Vida, que fica logo ali, no Areal, e tem palestras e passes, todos os sábados, das 18h30 às 19h30.

Minha sogra estava nos visitando e a convidamos para ir conosco.  Descobrir o centro não é muito fácil, o que contribuiu para que chegássemos, meio esbaforidos,  pra  descobrir que teríamos que subir dois lances de escada íngreme. Houston, a  D. Lêda tem alguns probleminhas no joelho, e uma certa dificuldade para andar. Pensei seriamente em voltar, mas ela é guerreira e se arrastou, escada acima.

O clima é ótimo. Assim que nos instalamos, as pessoas nos cumprimentaram e dava pra perceber verdadeiro interesse por nós, o que é mágico, principalmente quando se trata de uma capital, na qual, de modo geral, somos todos meio anônimos.

O local das palestras é bem pequenininho – parece assim uma claraboia, sabe? Fica no último andar e é estreitinho. Do lado de fora, rolava um funk na maior altura, o que, junto com um microfone mal ajustado, prejudicou um pouco ouvir a palestra, que, mesmo assim, foi muito bacana. O tema foi Cura Interior e muita coisa do que foi dito serviu para mim.

Depois da reunião, tomamos passe e fomos embora, não sem antes a D. Lêda descobrir a conhecida de um conhecido e bater altos papos com a moça, além de cumprimentar todas as pessoas e conversar com a palestrante e fazer um milhão de amigos, como só ela consegue fazer.

Pretendemos voltar lá e eu recomendo de verdade, até porque eles começaram faz muito pouco tempo, mas já fazem um trabalho muito bonito de assistência a mães sem condições financeiras de levar adiante uma gravidez, ou seja, não ficam só no blablablá antiaborto, mas tomam atitudes concretas para ajudar pessoas desesperadas e desamparadas, diante de uma gravidez indesejada.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Setor de Alimentação Econômica de Águas Claras


Olá, pessoal.

Continuando a série “Dicas para o Pobre Morador Pobre de Águas Claras”, quero falar sobre uma quadra, que o Cláudio  chama de “Setor de Alimentação Econômica de Águas Claras”, e eu acho muito apropriado, pois é exatamente a “confluência” de 4 ou 5 pequenos estabelecimentos, que se sucedem, um ao lado do outro, quase em frente à Estação Concessionárias, na rua paralela  ao Shopping Quê. Eles se sucedem e, cada um na sua “praia”, fazem uma gastronomia muito adequada para  quem, como a gente, tem  pouco dinheiro  e pouca disposição para frequentar shoppings lotados e barulhentos.

Bem, como estava dizendo, o tal do Setor é uma bênção: você pode comer um galeto gaúcho (só releve o atendimento, que é para os fortes e destemidos), tomar uma cerveja barata e comer uma feijoada gostosa no Odara (a gente já percebeu, inclusive, que o Odara tem virado um “point” à noite), levar uma pizza pra casa (nunca experimentei, mas não deixa de ser uma opção, certo?) ou comer um sanduíche, bem carregado daquela gordura baconiana que a gente ama – além de, thanks God,  e bem distante do clássico  gosto-de-nada do MacDonalds.

E por falar em MacDonalds, lembrei o Giraffas, que é a versão tupininquim do méqui e apresenta, pelo menos para o meu gosto, um arremedo muito malfeito do nosso querido cardápio caseiro. Sério, é meio dose você se sentar para comer um peixe e ele ter o mesmo gosto do frango, que tem o mesmo gosto do hambúrguer, que é parecido com o pão, que, por sua vez, lembra muito uma alface.

Enfim, mas eu não quero “chochar” o Giraffas, até porque gosto não se discute, mas sim dizer que a lanchonete que a gente frequenta (putz, percebi agora que estou falando do lugar e ainda não dei o nome. Anote aí: Tuza’s Burguer) oferece também pratos executivos, o velho e bom Prato Feito (vulgo PF), por um preço menor que o do Giraffas (no Tuza’s, sai por 11/12 reais o prato, que é super bem servido) e, acreditem em mim, uma qualidade infinitamente superior. Tou aqui salivando com a lembrança do feijãozinho bem temperado, da batata frita crocantinha, da carne gostosa (minha preferida é o lombo; o Ivens já experimentou a picanha e não gostou).

(Informo mais uma vez que não estou ganhando nada com a indicação, além do prazer de ver vocês por lá). 

A propósito, se preferirem não me encontrar, podem pedir pelo telefone. Confiram aqui.


E você tem alguma dica de um lugar legal? Compartilhe com todos, comentando abaixo!


terça-feira, 24 de julho de 2012

PRÉ-VISTORIA


Na sexta, fiz um horário de trabalho alternativo, pois era o dia da esperada vistoria no apartamento que o Cláudio comprou da Brasal, ainda na planta, e deveria ter recebido em março de 2011. A ideia da tal vistoria, pra quem não entende muito bem como funcionam processos de compra e venda de imóveis, é que o comprador faça uma checagem dos itens, identificando se tudo está conforme contratado. Se, após essa vistoria, forem identificadas algumas melhorias a serem realizadas, uma vistoria final é marcada, para conferência dos ajustes.

A vistoria marcada era a inicial e nós chegamos, bem animados, armados com balde, pra testar o escoamento da água, cabo de vassoura, pra conferir o assentamento dos pisos e azulejos, e check-list com vários itens, retirado da internet, pra não deixar passar nenhum detalhe. A vida às vezes dá o recado pra gente, por meio de símbolos, e o baldinho verde que levamos prenunciava mesmo como seria a experiência: um balde de água – e das bem geladas.

Responda aí, meu caro águas-clarense (como se escreve isso????) querido:  se você fosse uma construtora, como seria o apartamento que você entregaria para ser vistoriado? Provavelmente, seria um apartamento com vasos sanitários instalados (e não  buracos deprimentes, onde eles deveriam estar), vidros da varanda incólumes (e não quebrados), com pelo menos 50% dos azulejos e pisos BEM instalados (e não ocos como um coco vazio)  com portas e portais sem arranhões  e com tetos bem pintados, certo?

Pois é, eu também pensava assim, mas o conceito de apartamento acabado da Brasal é beeem estendido e inclui chamar clientes, em pleno horário de serviço deles, para perder tempo e constatar, desolados, que ainda há muito que terminar e que, sim, adorariam voltar na semana seguinte, para poder, finalmente, fazer a tão desejada, almejada e querida primeira vistoria. O que fizemos, enfim, foi uma PRÉ-VISTORIA, também chamada de VISTORIA PARA A VISTORIA, uma nova categoria de embromation, recém-adotada pelas melhores (oi?) empresas do ramo.

Enfim, pusemos nosso baldinho nas costas, nosso cabo no porta-malas do carro e voltamos pra casa, cheios de esperança de que, no próximo sábado, finalmente encontraremos algo menos, digamos, rústico.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

RESPEITO

Vocês lembram a História da Carne Cinza?

Achei que tinha tido um final (triste), mas não é que rendeu alguma coisa mais?

Pois bem, o fato é que, na quinta, o Walmart colocou no Twitter uma propaganda sobre um certo cooktop, que estava na promoção. No final do tweet, eles colocaram algo como “e então, aí tem cozinheiro?”.

Não resisti (eu e meus dedinhos ágeis...) e comentei  mais ou menos o seguinte, lá no @emaguasclaras:

“Cozinheira até tem, mas a carne estragada que vocês me venderam no domingo eu não utilizo nem para envenenar alguém.”
Daí, o Walmart pediu  em privado um número de  celular e o Paixão deu o dele.

Nossa, vocês não têm NOÇÃO das 500 mil pessoas que começaram a ligar, pra saber o que tinha acontecido, para prometer providências e tal, de modo que ele (o Paixão) passou a sexta atendendo telefonemas, que foram desde a “área de marketing”, passando pela sede em São Paulo e chegando, finalmente, ao gerente da loja em Águas Claras e, pasmem vocês, ao “responsável pelo setor de perecíveis”.  Foram tantos telefonemas compungidos que a gente já estava esperando até uma ligação do faxineiro do lugar, explicando pra gente que tudo estava limpinho sim e não sabe como isso aconteceu e lamenta muito.

O Cláudio aproveitou para falar de outras coisas meio toscas que ele percebe no hipermercado da nossa terrinha, tais como a garagem imunda, os carrinhos espalhados por todo o lado, na tal da garagem, ou as gôndolas, que de vez em quando aparecem estranhamente vazias. Em suma, eles receberam um tremendo retorno sobre as impressões do cliente Homer Simpson, sobre o que se vive por ali (e olha que nós nem cobramos!). 

Sinceramente, até me deu um pouco de remorso, que não pensei que a coisa fosse ganhar a dimensão que ganhou (sou acostumada a ser maltratada) e fiquei com dó do gerente, que disse “quando for assim, vocês podem falar comigo mesmo”. Daí, pensei também que nos  acostumamos tanto em ser desrespeitados, que não achamos que valesse a pena, por 8 reais, sair de casa para reclamar e ouvir, como eu disse no post, coisas como “vocês é que devem ter deixado esta carne fora da geladeira” ou “tem certeza  de que compraram aqui?”, ou seja, além de lidar com a carne cinza, ainda teríamos que defender nossa honestidade e integridade.

Ah, as relações do consumo: a corda arrebenta tanto do lado mais fraco que, quando estamos diante de quem nos respeita, não o identificamos.

Bem, é isso. Achei que era importante fazer aqui uma sessão de desagravo ao Walmart, cujo comportamento e cuidado diante da situação desagradável foram super profissionais, o que nos animou a continuar a fazer nossas compras por lá.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O Jabuti e o Trânsito


Para vocês verem em que estado anda o trânsito em Brasília (mesmo nas  férias!), vou contar o que aconteceu ontem, quando estávamos voltando para casa. Ocorre que passamos por um senhor, que caminhava perigosamente ao lado dos carros, na pista que liga o Guará ao Park Way. Comentei que ele estava pra lá de Marrakesh, bêbado ao quadrado, e que poderia se machucar, caminhando assim, tão distraidinho, pelo acostamento a fora.

Fecha a cortina. Pausa para o próximo ato, que acontecerá a mais ou menos uns DOIS QUILÔMETROS após  o encontro com o Bêbado do Guará.

Eis que, devidamente engarrafadinhos, conversamos sobre a vida, mas somos interrompidos, adivinhem só, pelo NOSSO AMIGO, que passa por nós e segue em frente, trocando as pernas. Isso parece querer dizer que,  mesmo tonto e sem calçada, ele deve ter chegado antes de nós e nossos carros possantes.

Pois é.

(Senti-me a própria lebre, da Fábula da Lebre e do Jabuti, achando que sou mais rápida e... olhem só,  lá vai o jabuti, devagar e sempre . O final dessa história – a do Jabuti – você pode ler aqui.  A do trânsito de Brasília, eu não sei bem como vai acabar.

Ou será que sei?)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Restaurant Week e Roda de Boteco em Águas Claras


Olá, moçada.


O fim-de-semana está chegando (ebaaa!!) e hoje eu quero dar algumas dicas para vocês, pois estamos vivendo uma época muito propícia para experiências gastronômicas, pois acontecem, simultaneamente, dois eventos literalmente muito gostosos: o Restaurant Week, que vai até o dia 29 de julho, e o Roda de Boteco, que vai até o dia 4 de agosto.

O Restaurant Week envolve restaurantes, que fazem um cardápio especial, com direito a entrada, prato principal e sobremesa, pelo preço de R$31,90 no almoço e R$ 43,90 no jantar.

Já a Roda de Boteco acontece assim: cada boteco coloca na Roda um petisco, por R$ 15,00. A galera então faz o circuito e vai votando, dando nota não só para o petisco em si, mas para o atendimento, a qualidade das bebidas e a higiene do local. No dia 4, haverá um grande evento, no Ulysses Guimarães, para a “premiação”, e cada petisco consumido, durante todo o mês, pode ser trocado por 1 ingresso (o posto de troca é o Restaurante Esquina Mineira, na 704/705 Norte).

É claro que você pode ir diretamente à fonte, ou seja, ao site de cada um dos eventos, para se divertir por conta própria, mas eu destaco aqui alguns dos restaurantes e bares que participam dos eventos e estão localizados, olhe só que delícia, na minha, na sua, na nossa Águas Claras do Coração (ah, antes que esqueça: a ideia e a pesquisa para este post são oferecimento do  Paixão, nosso gourmet de plantão)



Restaurant Week

- Dona Lenha -   quero experimentar esta fruta assada com caramelo e especiarias.


All Dublin – recomendo a costelinha de porco, que já experimentei e é bem gostosinha. Ah, e por incrível que pareça, a farofa de ovos é show (só eu mesma pra indicar farofa de ovo...).


- Bar do Ferreira – tudo deles é bom. Ponto.



Roda de Boteco


- Bar do Ferreira – tudo deles é bom. Ponto. Câmbio, desligo.


- Barbagatto – o nome do prato é super criativo (“Os 3 Porquinhos do Barba”), parece coisa de conto-de-fadas – se bem que, nos contos, os porquinhos escapam da panela, né?. Fica no Beira-Poeira, logo ali perto de você.


- Adega da Cachaça –apesar do prato não me parecer interessante (jiló???), quero conhecer o lugar e vou aproveitar a Roda.

Escrevi este post sem fome, mas, mesmo assim, me deu vontade de algumas coisinhas e petiscos e comidinhas.

Imagine só o estrago na silhueta...