segunda-feira, 23 de julho de 2012

RESPEITO

Vocês lembram a História da Carne Cinza?

Achei que tinha tido um final (triste), mas não é que rendeu alguma coisa mais?

Pois bem, o fato é que, na quinta, o Walmart colocou no Twitter uma propaganda sobre um certo cooktop, que estava na promoção. No final do tweet, eles colocaram algo como “e então, aí tem cozinheiro?”.

Não resisti (eu e meus dedinhos ágeis...) e comentei  mais ou menos o seguinte, lá no @emaguasclaras:

“Cozinheira até tem, mas a carne estragada que vocês me venderam no domingo eu não utilizo nem para envenenar alguém.”
Daí, o Walmart pediu  em privado um número de  celular e o Paixão deu o dele.

Nossa, vocês não têm NOÇÃO das 500 mil pessoas que começaram a ligar, pra saber o que tinha acontecido, para prometer providências e tal, de modo que ele (o Paixão) passou a sexta atendendo telefonemas, que foram desde a “área de marketing”, passando pela sede em São Paulo e chegando, finalmente, ao gerente da loja em Águas Claras e, pasmem vocês, ao “responsável pelo setor de perecíveis”.  Foram tantos telefonemas compungidos que a gente já estava esperando até uma ligação do faxineiro do lugar, explicando pra gente que tudo estava limpinho sim e não sabe como isso aconteceu e lamenta muito.

O Cláudio aproveitou para falar de outras coisas meio toscas que ele percebe no hipermercado da nossa terrinha, tais como a garagem imunda, os carrinhos espalhados por todo o lado, na tal da garagem, ou as gôndolas, que de vez em quando aparecem estranhamente vazias. Em suma, eles receberam um tremendo retorno sobre as impressões do cliente Homer Simpson, sobre o que se vive por ali (e olha que nós nem cobramos!). 

Sinceramente, até me deu um pouco de remorso, que não pensei que a coisa fosse ganhar a dimensão que ganhou (sou acostumada a ser maltratada) e fiquei com dó do gerente, que disse “quando for assim, vocês podem falar comigo mesmo”. Daí, pensei também que nos  acostumamos tanto em ser desrespeitados, que não achamos que valesse a pena, por 8 reais, sair de casa para reclamar e ouvir, como eu disse no post, coisas como “vocês é que devem ter deixado esta carne fora da geladeira” ou “tem certeza  de que compraram aqui?”, ou seja, além de lidar com a carne cinza, ainda teríamos que defender nossa honestidade e integridade.

Ah, as relações do consumo: a corda arrebenta tanto do lado mais fraco que, quando estamos diante de quem nos respeita, não o identificamos.

Bem, é isso. Achei que era importante fazer aqui uma sessão de desagravo ao Walmart, cujo comportamento e cuidado diante da situação desagradável foram super profissionais, o que nos animou a continuar a fazer nossas compras por lá.

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