domingo, 24 de abril de 2011

Flamenguistas em Águas Claras

Dá para acompanhar o futebol aqui do prédio, sem nem mesmo ligar a TV. Para isso, basta observar algumas premissas:

1. a proporção de flamenguistas é de 10:1.
2. Flamenguistas (só os daqui?) são animados e, hum, expansivos.

Portanto, é fácil saber, só pelos berros e pelas vuvuzelas (sim, elas ainda estão entre nós):
1. que o Flamengo está jogando;
2. o índice de lances perigosos;
3. o momento HISTÉRICO do gol;
4. a vitória acachapante.

Enfim, dá pra economizar a TV - e pra se divertir um pouco também que, apesar de azedar com vizinhos barulhentos da madrugada, os das tardes de domingo são quase comoventes.

Sem noção

Ontem reclamei pela primeira vez dos vizinhos. Fui dormir à meia-noite, super democrática, ouvindo o barulhão, mas pensando "ah, vou conciliar logo o sono e deixar que as pessoas se divirtam e logo eles param e..."

Acordei às 3h30 e a festa continuava a mil.

Liguei para  a portaria, na maior vibe síndica indignada.

Quer dizer.

Altas aventuras e muitas confusões - uma sessão da tarde no shopping

Ontem fomos ao cinema, às 19h30, pra ver "Rio", no Shopping Águas Claras. Não vou comentar o filme que, como 99,9% das pessoas que conheço, achei fofo elevado à enésima potência (vou adotar, aliás, para várias situações da vida,  a falinha do tucano,  que diz a toda hora: "ah, você é tãããão divertido... não fala coisa com coisa"). Quero comentar é a experiência antropológica de ir ao cinema com metade das crianças da cidade.

(...)

(...)

Pensando bem, é melhor não comentar.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Um parque especial

O Parque de Águas Claras não é o maior nem o mais bonito de Brasília. Passa muito longe disso, aliás, mas é impossível ficar indiferente àquela área verde, encravada bem no miolinho de Águas.

Ontem demos uma volta por lá, meus pais, o Ivens e eu. Eram umas 16h30 e o lugar estava extremamente tranquilo, quase deserto. Descobri uma área que não conhecia (sim, eu sou uma preguiçosa que, por exemplo, só visitou a piscina do prédio 2 vezes - e já se passaram 8 meses!), na qual há até lago com patinhos e academia ao ar livre. Há também caldo de cana e um pastel nadando na gordura (para quem gosta, um prato quase líquido).

Particularmente, o que mais me atrai no parque é exatamente o que tive ontem: silêncio e paz. Para outras pessoas, um pouco de convivência social, de outras pessoas passando por perto também é importante, e devo dizer que, em outros horários e dias,  também se pode dar uma interagida animadinha.

Para quem pensa em comprar um apartamento e morre de medo de se afogar na selva de pedra que é Águas Claras, fica o lembrete de que não só de concreto é feita a cidade.

Silêncio

Acordei hoje e não havia martelação em Águas Claras: feriado nas obras.

É como se algo faltasse. Algo não muito agradável, aliás.

E pensar que daqui a alguns ANOS o silêncio será este.  Pensando melhor, silêncio como este, nunca mais.

Afinal, haverá PESSOAS morando nos prédios, pessoas que fazem barulho, certo?

Ah, as doces perspectivas para o futuro.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Uma questão mecânica

Oficinas são chatas.

Não quero ser machista, perpetuar uma cultura de segregação de espaços (mulheres na cozinha, homens nas oficinas). Vocês  me conhecem e sabem que sou gente-que-faz, que sei muito bem gerenciar minha vida, inclusive em aspectos classicamente atribuídos aos machos-alfa: pago minhas contas, sei defender meus direitos com uma boa dose de assertividade, enfim, passo longe de uma desamparada e acredito que homens e mulheres têm mesmo poucas diferenças, além daquela bem conhecida por todos nós. Na verdade, somos todos espíritos em viagem, com nossas conquistas e nossas fragilidades, de modo que perpetuar clichês e estereótipos é um desserviço a que não me proponho. Afinal, há mulheres que gostam de oficinas e há homens (hetéro, inclusive!) que gostam de moda.

Todo esse blablablá posto, oficinas são chatas, e não digo isso porque sou mulher, mas porque simplesmente, sei lá, não vim com o chip "supermáquinas, ativar". Sabe, costumo ser uma pessoa do tipo, digamos, interessada. Só pra dar um exemplo: fui ver o Zé Colmeia com meus sobrinhos e, nossa, que coisa chaaata e demoraaada. Pois bem, mesmo assim, me distraí olhando as emoções passando pelo rostinho do João (alguém estava aproveitando, pois não?). Consigo fazer isso até em fila de espera médica, em que fico ouvindo a conversa alheia (que culpa tenho, se falam tão alto?) ou no metrô lotado (dia desses, entrou uma menina bem novinha com um sovaco super cabeludo e eu fiquei imaginando se isso é uma moda nova etc).

Enfim, divirto-me nos lugares mais inusitados, mas oficinas mecânicas conseguem em mim o efeito dementador (leiam Harry Potter ou googlem, que já estou fugindo demais do assunto neste post).  Todos os meus sentidos ficam desorientados, "chateados". Não consigo me interessar pelo que vejo (peças e mais peças obscuras, carros arreganhados, mecânicos futucando com uma chave enigmática etc). Detesto o que ouço (acelerações vrruuuuuuuumm-vrooooommm-este-carro-vrrummmmmmmm-vrooommmm-tá-fodido, marteladas variadas...). O cheiro é uma droga (droga mesmo, é bem capaz de sair de lá meio dopada, aquele odorzinho de óleo e cecê). O pior de tudo, para quem tem carro velho, é saber que, mesmo depois de toda essa experiência desagradável,  se vai sair dali alguns (muitos) reais mais pobre.

Nesta onde fomos hoje (Alex Injection), pelo menos eles têm uma saleta de espera, que diminui um pouco a sensação de "o que é que eu tou fazendo aqui?" ou "parem o ônibus que eu quero descer!", mas nem assim posso deixar de dizer: oficinas são chatas. Absurdamente chatas.

Caboco Resolvedô

Hoje baixou o caboco resolvedô e resolvi um punhado de coisinhas. Uma delas, não tão -inha assim: há algumas semanas o carro velho de guerra está fazendo um barulho infernal. A impressão que dá é de que a lataria está se desfazendo, um verdadeiro horror. Daí, eu não podia virar as férias sem ter resolvido isso: ir e voltar do Plano até Águas Claras com aquele barulhão é atitude no mínimo irresponsável (carro é arma; acredito piamente nisso).

Depois das compras no Comper (camarão, inclusive, que a sexta é santa, pois não?), de contas pagas na Caixa, com direito a saber que os guardinhas estão a mil ali na área do Shopping Quê, dando multas a mancheias (aguaclarenses, tremei!) e de fazer 7,5km de caminhada, almocei e nos dirigimos, Ivens (fiel escudeiro) e eu, para Taguatinga, a fim de descobrir a oficina mecânica que o Islan indicou. Vocês sabem, ele já morou por aqui e me ajudava demais na manutenção do carro, cuidando de toda essa parte e me deixando livre para viver, digo, para fazer coisas de que gosto beeem mais.  (Entendem então a ida do Ivens comigo? Estou treinando o menino para substituir o mano mais velho,  que não sou boba. Quando o João, meu sobrinho de 6 anos, fizer 18, substitui o Ivens e assim por diante, num lindo e maravilhoso ciclo de "ajude sua parenta").

É claro que a gente se perdeu, que me estressei, achei que estava tudo perdido e, nessa hora, o super Galaxy do Ivens entrou em ação - e não é que funcionou? Fomos seguindo as orientações do GPS e chegamos à oficina. 

Ah, a  oficina. Isso merece um post especial. Vamos lá.  

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tricô no metrô

Metrô é todo um universo. Hoje peguei para ir ao shopping (uma das "curtições" de férias é exatamente  dar um tempo no trânsito caótico), junto com a família, em horário alternativo, para não pegar o rush e o efeito-sardinha.

Meus pais idosos foram conosco e a reação dos "jovens" sentados nas vagas reservadas é sempre um índice fantástico do berço de onde vieram. Há os que fingem dormir. Os que olham para o vazio. Os que se levantam como molinhas, solícitos. O mundo é mesmo vasto e, no metrô, cada um sabe a dor e a delícia de ser quem é. No fim, meus pais foram e voltaram sentadinhos, mas sempre com uma certa dose de espera e desconforto. Os modelos-molinha são raros.

Citei aí o ar de vazio, voltado especificamente para a situação "que-saco-estes-velhos-que-entraram-justo-agora-e-eu-vou-ter-que-levantar", mas devo admitir que é um ar meio disseminado, reação parecida com a que temos nos elevadores. Afinal, somos todos estranhos uns aos outros, mas compartilhamos um espaço restrito, verdadeiras sardinhas pós-modernas. Há entre nós uma proximidade que pretendemos não seja familiar, de modo que ativamos o olhar vazio e o caprichamos no desejo de nos tornar invisíveis.

Na volta para casa, entretanto, houve alguma falha na matrix e engatamos um papo animado, eu e outras 2 mulheres, em volta de um dos "postes de alumínio" (como chamarei aquele cilindro em que nos apoiamos? Poleiro?). Falamos da Feira do Guará (já foi o tempo), dos peixes que estão baratos no Extra (dica de uma das coleguinhas), das pessoas que ouvem música alta nos ônibus, das pessoas que falam ao celular dentro do metrô, das pessoas que adoram assistir uma desgraça e de pessoas sem noção em geral, dentre as quais não nos incluímos, obviamente. Isso tudo, entre a estação Feira e a Águas Claras. A conversa estava tão boa que eu falei "ai, minha estação é a próxima, pelamordedeus, me conta o fim dessa história!" para uma delas, que narrava o dia em que fizeram um refém perto do serviço dela,  o prédio ficou "lacrado" e todas as pessoas foram revistadas.

Aos que andam de metrô, #ficaadica: engate uma conversa com seu colega de metrô. De repente, você descobre, olhe só a surpresa, que a pessoa que está ao seu lado é... gente. Isso se não levar um belo de um fora, mas aí o problema já não é meu...  

sábado, 16 de abril de 2011

Poizé

Ontem, nós três (eu, o Ivens e mais o Galaxy novo dele, do qual o rapaz não desgruda) fomos dançar música eletrônica no Poizé, que fica aqui bem na beiradinha da Castanheiras.

Apesar da fila, entramos logo, pois o Ivens descobriu (oi?) que o fluxo não era para a esquerda, mas para frente. Bem, não sei explicar, mas o cara nos fez entrar logo (modo-vip acionado) e conhecemos o inferninho, que  é apertado, tem umas mesas de sinuca (snooker, se você assim preferir), um espaço para dança e algumas outras mesas, para o povo "descansar". Tudo microscópico, o que reforçou em mim a sensação de estar de volta à adolescência. Sabe quando a gente frequentava bailinhos e dava pra ver TODAS as pessoas presentes, num golpe de vista apenas? Então.

Lá pela meia-noite, o lugar se encheu.  Acabei-me na pista, quer dizer, dancei muiito, apesar do aperto. Acho que num dia menos cheio deve ser menos abafado, mas... calor humano também é importante, mesmo que seja de pessoas uns 500 anos mais novas que a gente.  

Só fomos embora quando começou a tocar uns funks esquisitos e as meninas começaram a estrebuchar até o chão, acho que numa tentativa de ser sexy e gostosa e tal. Cena triste de se ver, enfim, daquelas que dão V.P.O. (Vergonha Pelos Outros)  e que nos lembram de que a vida pode ser bem melhor, no silêncio cheiroso da nossa casa que está ali, tão pertinho...

Em todo caso, com certeza vou repetir a experiência, pois amo dançar e achei o ambiente bem tranquilo. Várias vezes, inclusive, vi  (e isso sim, achei super sexy) machos-alfa de hormônios a mil  se desculpando amistosos por um ou outro inevitável esbarrão

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Na Araucárias

Aproveitei o dia de férias, dando uma voltinha por Águas Claras. Apesar de já estar aqui há 7 meses, ainda não tinha tido tempo para explorar um ou outro canto da cidade. Escolhi a Araucárias.

Companhia: Ivens.

Primeira parada: Posto San Remo. Deixei o carro para lavar. Vocês podem não acreditar, mas o coitado estava há exatos 7 meses (percebem a relação com a mudança? Então...) sem lavar por dentro. Gostei do serviço, apesar de demorado. Havia 8 carros à frente e, então, a opção foi mesmo rodar pela área, enquanto os caras faziam o extreme makeover no carango. E por falar em gíria antiga, digo, em carro velho, algum de vocês tem dica de um bom mecânico aqui na região? Ouço barulhos nada estimulantes... Lá vem prejuízo.

Segunda parada: Clínica Salud. Tentei pegar um preventivo da minha mãe, mas a clínica estava fechada (imagino que para o almoço, coisa assim do interior, entendem?). O Ivens aproveitou e deu uma olhada nos preços (altos) da Fitway. Decidimos continuar usando a academia do prédio mesmo.

Terceira parada: Empório Mix. Amei a loja, que fica ao lado do Subway (que, por sua vez, fica ao lado do Posto). Elas trabalham com uma marca chamada "Cheroy", pela qual sou apaixonada, e que só havia visto em Três Corações. Levei dois vestidos.

Quarta parada: depois de um retorno ao Posto, descobrimos que ainda havia 4 carros para lavar. O estômago já estava nas costas, paramos no Sensei Temakeria. Fazia ANOS que eu não comia um temaki. Como pude? Amo isso e a Temakeria me agradou: comida gostosa, garçonete super gente boa, precinho honesto. Recomendo.

Quinta parada: havia ainda 2 carros para lavar e, então, escolhi um  bolo de milho, numa bolaria (rs) que fica na quadrinha do Posto: "Bolos do Flávio". Mais tarde digo se valeu a pena.

O Ivens veio dirigindo Castanheiras acima (medo, muito medo; primeira vez que o rapaz pega o carro, depois de ter tirado carteira), o que deu ao passeio o tom de aventura que faltava.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Meninas

Hoje é meu primeiro dia de férias. Estava à janela, pra ver a estreia que o Ivens (também de férias!) iria  fazer com a boia nova que comprou para a piscina, e vi uma dupla de meninas atravessando a rua. Provavelmente são irmãs. Estão de mãos dadas, com uniforme da mesma escola. Uma delas é mais velha e dá a mão à outra, bem jovenzinha, que arrasta mochila e carrega uma lancheira rosa toda combinadinha.

Ando meio sensível a cenas de meninas usando uniforme escolar (vide caso de Realengo, que prefiro não comentar), mas achei a cena tocante, algo assim "doçuras-do-cotidiano" ou "coisas-que-o-dinheiro-não-compra".Talvez o fato de elas estarem de mãos dadas tenha contribuído para a impressão que tive, de que, apesar da idade diferente, são unidas e companheiras.   Uma fofura a  que não costumo assistir, enfiada dentro de um escritório com ar condicionado.

sábado, 9 de abril de 2011

Clientes invisíveis

Frequento uma padaria da cidade (não vou dar o nome, por motivos óbvios) cujas balconistas dão um show à parte.

Uma das fornadas de pão sai lá pelas 8 da manhã. Várias vezes a cena se repetiu: ficamos ali na fila, os clientes sonados, enquanto as atendentes nos ignoram. Não ignoram, simplesmente desviando os olhos ou fingindo fazer alguma coisa. Ignoram ostensivamente. Ficam paradas em frente a nós (afinal, não há pão, certo?), do outro lado do balcão, e conversam. Não conversam um pouquinho, de um jeito discreto. Conversam MUITO, em voz super alta, com direito a gargalhadas. Conversam sobre o que fizeram na noite anterior, sobre a colega que está atrasada e é uma desaforada, sobre o luan santana e sobre o poder das chapinhas.

Divirto-me demais.

Quando o pão chega, elas fecham a boca, voltam ao modo-produção,  a fila acaba e a padaria ganha um ar um pouco menos feliz.

Acenda sua chama

Cartaz num dos bares de Águas Claras (acho que é no Mestre Cervejeiro):

- "Venha acender sua chama na terça."

Já imaginei uma longa fila de pessoas, vestidas de negro, com velas na mão, indo em direção a uma grande fogueira, algo assim Idade Média.

E você, está precisando acender sua chama?

domingo, 3 de abril de 2011

Falta de educação

Para não dizer que só há fofuras na relação dos águaclarenses (oi?) com os cachorros, há a relação tempestuosa entre o  cocô dos bichos e as calçadas.

Só há um adjetivo para essa relação: nojenta.

Difícil achar uma calçada sem os carimbinhos (ou carimbões) caninos. Andar por aqui não é tarefa para os distraídos.

Ontem mesmo, estava em frente ao prédio e um homem passou com dois poodles pela coleira. Pois o indivíduo teve a CORAGEM de deixar um dos cães fazer o serviço no jardinzinho do prédio, bem em frente a uma plaquinha fofa de NÃO DEIXE SEU CÃO CAGAR AQUI. Fiquei ali, olhando a cena, boquiaberta.

É muita cara-de-pau.