terça-feira, 10 de julho de 2012

Interligados


Cláudio e eu, aliás, adoramos conversar sobre o comportamento das pessoas, enquanto-seres-que-pilotam-suas-máquinas-e-são-semideuses-poderosos-e-onipotentes. A gente costuma praticar uma certa gentileza no trânsito, então a teoria é muito simples: em caso de intersecção, você deixa um passar, depois vai atrás, e assim sucessivamente. Dessa forma, as duas vias andam, certo? Fico  pasma que, pra muita gente, isso não funciona. De modo geral, a lógica é a seguinte: se estão na pista principal, as pessoas não dão licença para o azarado da pista subsidiária, quer dizer, vão grudadinhos uns na traseira dos outros, na maior filosofia “quem mandou não estar na pista principal?”. Ocorre que, até pra mim que sou leiga, trânsito é fluxo e, meu amigo, você não deixa passar aqui, daqui a pouco se encalacra lá na frente, entalado exatamente por aquelas vias que não deixou fluir.

Há, entretanto, o cara que está na pista subsidiária e que percebe que um boboca decidiu deixar o carro da frente atravessar. O que faz então o lépido ansiosinho? É CLARO que ele também acelera, enfiando-se como dá na frente do bobão – afinal, o trânsito é para os fortes e ousados e cheios de testosterona e “eu levo vantagem em tudo”, certo? Enfim, o que estou querendo mostrar é que é muito, muito difícil para nós exercer a tal da gentileza deixo-um-depois-eu-vou.

A gente tem mesmo muito a aprender. A primeira lição talvez seja a de que estamos interligados, inclusive (deveria dizer principalmente?) no trânsito. 

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