Cláudio e eu, aliás,
adoramos conversar sobre o comportamento das pessoas, enquanto-seres-que-pilotam-suas-máquinas-e-são-semideuses-poderosos-e-onipotentes.
A gente costuma praticar uma certa gentileza no trânsito, então a teoria é
muito simples: em caso de intersecção, você deixa um passar, depois vai atrás,
e assim sucessivamente. Dessa forma, as duas vias andam, certo? Fico pasma que, pra muita gente, isso não
funciona. De modo geral, a lógica é a seguinte: se estão na pista principal, as
pessoas não dão licença para o azarado da pista subsidiária, quer dizer, vão
grudadinhos uns na traseira dos outros, na maior filosofia “quem mandou não
estar na pista principal?”. Ocorre que, até pra mim que sou leiga, trânsito é
fluxo e, meu amigo, você não deixa passar aqui, daqui a pouco se encalacra lá
na frente, entalado exatamente por aquelas vias que não deixou fluir.
Há, entretanto, o cara que
está na pista subsidiária e que percebe que um boboca decidiu deixar o carro da
frente atravessar. O que faz então o lépido ansiosinho? É CLARO que ele também
acelera, enfiando-se como dá na frente do bobão – afinal, o trânsito é para os
fortes e ousados e cheios de testosterona e “eu levo vantagem em tudo”, certo?
Enfim, o que estou querendo mostrar é que é muito, muito difícil para nós
exercer a tal da gentileza deixo-um-depois-eu-vou.
A gente tem mesmo muito a
aprender. A primeira lição talvez seja a de que estamos interligados, inclusive
(deveria dizer principalmente?) no trânsito.
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