Quinta-feira, quase 10
horas da noite. Paramos o carro num daqueles estacionamentos que beiram o
Parque. Percebemos que há um movimento, o cheiro de churrasquinho está
ótimo, estamos com fome e decidimos
experimentar.
A estrutura é quase
profissional e o negócio se chama "Espetinhos dos Amigos": bancos e cadeiras de plástico,
comanda personalizada, vinagrete e feijão tropeiro devidamente acondicionados,
pessoal uniformizado, cardápio estilizado.
A noite está fria, mas
decidimos ficar – e não nos arrependemos.
Penso no quanto somos abençoados por viver aqui: o céu estrelado, o
Parque do lado, os prédios do outro, pessoas queridas por perto...
E por falar em pessoas, e não é que o Cláudio achou mais um conhecido da mítica Monte Carmelo, exatamente
ali, às dez da noite, numa barraquinha de churrasco de Águas Claras? Ele ficou
gritando “Fulano!” e dizendo “Acho que ele é lá de Monte Carmelo” e eu respondendo
“Não é não, imagine, Monte é tão pequenina, Águas Claras também não é gigante, como seria
isso etc e tal”, mas era mesmo o Fulano, e eles mataram saudades e falaram do
quanto estavam encantados por se encontrar ali, em condições tão, digamos,
peculiares.
Enfim, senti muita paz por
ali (e pensar que, no mesmo dia, alguém foi baleado, dentro de uma padaria da cidade...) e
quero voltar mais vezes, talvez até a pé, para aproveitar um pouco a noite – se
as condições de segurança permitirem, é claro.
Deus livre o nosso Reino das Águas Claras da violência e da agressão. Que possamos continuar a
viver sem medo e a aproveitar as noites, sejam elas frias ou quentes. Amém.
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