Não costumo escrever aos
sábados, mas, enquanto lido com a ideia de não ter conseguido fazer o mítico
biscoito de polvilho da minha mãe (tentaremos na próxima... afinal, “retroceder,
nunca; render-se, jamais!”), não resisti em dar uma passadinha pra falar do Edifício Bahamas.
Bahamas não é um prédio
descolado, com mesinhas com guarda-sol numa área aberta, onde clientes finos
saboreiam um café, enquanto leem seus livros de filosofia existencialista.
Bahamas também não é um recanto de mesas modernas e jovens de cabelos
esvoaçantes, que bebem seus drinques sofisticados. Bahamas passa longe de ser uma loja de departamentos bem-iluminada
e higienizada, com as peças da última coleção etiquetadas em promoções incríveis.
Bahamas é um prédio baixo,
pintado de azul-marinho forte, localizado entre o Walmart e a Avenida
Araucárias. Nele, você pode fazer coisas incríveis e poderosas, como comprar
cartolina, glitter e lantejoulas coloridinhas, além de umas boas folhas de
cartolina, para sua atividade evangelizadora. Pode comprar elastano por 1 real no armarinho (siiiiiiiiiim, meus
amigos, eu não falei que o lugar era incrível???? Eles têm um armarinho
inteiro, com senhoras fazendo tricô na porta
e donas meio surdas). Pode comprar frango assado (o cheiro disso, eu vou te
contar...). Pode fazer unha em salões minúsculos, de portinhas estreitas. Pode
comprar um amolador de facas e trocar as chaves. Ah, e mais importante ainda:
pode finalmente levar o saco de roupas que estão por reformar, para uma
costureirinha ajeitar o fecho e fazer a barra da calça.
Por lá, você pode tomar
aquelas pequenas providências que, na nossa vida classe mediazinha, são tantas
vezes tão difíceis de fazer andar.
Você pode, enfim, fazer a pé o movimento de
tocar sua vida.
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