sábado, 4 de agosto de 2012

O Bahamas


Não costumo escrever aos sábados, mas, enquanto lido com a ideia de não ter conseguido fazer o mítico biscoito de polvilho da minha mãe (tentaremos na próxima... afinal, “retroceder, nunca; render-se, jamais!”), não resisti em dar uma passadinha pra  falar do Edifício Bahamas.  

Bahamas não é um prédio descolado, com mesinhas com guarda-sol numa área aberta, onde clientes finos saboreiam um café, enquanto leem seus livros de filosofia existencialista. Bahamas também não é um recanto de mesas modernas e jovens de cabelos esvoaçantes, que bebem seus drinques sofisticados. Bahamas passa longe  de ser uma loja de departamentos bem-iluminada e higienizada, com as peças da última coleção etiquetadas em promoções incríveis.

Bahamas é um prédio baixo, pintado de azul-marinho forte, localizado entre o Walmart e a Avenida Araucárias. Nele, você pode fazer coisas incríveis e poderosas, como comprar cartolina, glitter e lantejoulas coloridinhas, além de umas boas folhas de cartolina, para sua atividade evangelizadora. Pode comprar elastano  por 1 real no armarinho (siiiiiiiiiim, meus amigos, eu não falei que o lugar era incrível???? Eles têm um armarinho inteiro, com senhoras fazendo tricô  na porta e donas meio surdas). Pode comprar frango assado (o cheiro disso, eu vou te contar...). Pode fazer unha em salões minúsculos, de portinhas estreitas. Pode comprar um amolador de facas e trocar as chaves. Ah, e mais importante ainda: pode finalmente levar o saco de roupas que estão por reformar, para uma costureirinha ajeitar o fecho e fazer a barra da calça.  

Por lá, você pode tomar aquelas pequenas providências que, na nossa vida classe mediazinha, são tantas vezes tão difíceis de fazer andar.

 Você pode, enfim, fazer a pé o movimento de tocar sua vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário