segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Agricarne

Depois do Incidente do Queijo, e de ter mais uma vez passado naquela catraca horrorosa do estacionamento do Shopping Quê, que eu nunca alcanço (baixinha sofre), fui para a Pão Dourado da Arniqueiras, buscar os sanduíches de metro que tinha encomendado. Como já era bem horário do almoço e eu estava simplesmente VARADA de fome, acabei me deixando atrair por uma dessas televisões de cachorro, que rodava deliciosamente num mercadinho chamado Agricarne, que fica bem na quadra da Pão Dourado.
O lance é que ali estavam unidos, numa conjunção perfeita, além do visual apaixonante da carne rodando e rodando e rodando, também dois elementos essenciais: o cheiro (indescritível para quem estava há umas 5 horas sem comer nada) e também uma boa e bela fila, daquelas que fazem a gente ter vontade de entrar, mesmo sem saber qual é o escopo dela (adoro esses termos nonsense da gerência de projetos). A única certeza que a gente tem, no caso, é que deve ser coisa boa, pois tanta gente não se disporia a ficar assim, no sol, num domingo, sem que houvesse algo que valesse a pena.
Enfim, teorias da manada à parte, fiquei ali, salivando ao lado de outras pessoas (no caso, todos homens, daqueles que as mulheres dispensam para a rua na hora do almoço: “vai caçar, campeão, que hoje eu não cozinho e você vê se corre atrás de um leão aí, que senão vamos todos passar fome e então ele sai arrastando a barriguinha, pra descolar um frango que tá bom demais, que ninguém merece caçar um leão em pleno fim-de-semana” etc.) . O mais estressante é que havia algumas pessoas que já tinham encomendado o tal do frango assado, e esses sortudos, então, furavam a fila e a gente ficava ali, morrendo de inveja e de vontade de estapear o indivíduo precavido.  Eu, por exemplo, quase surtei quando, chegando a minha vez (sim, que a minha vez chegou, por mais que, em determinado momento do suplício do espera-frango, eu tenha duvidado disso), o atendente me olhou com aquela cara de “eu-acredito-demais-que-você-seja-uma-pessoa-fina” e falou: “vou atender aqui o rapaz, que ele tá com uma criança de colo”.
Evidentemente, quase surtei mesmo foi por dentro, engoli em seco (no caso, não tão seco assim, em decorrência da salivação de quem estava há uns 20 minutos vendo frango girar, girar e girar) e fiz um muxoxo meio assim “fazer o quê, né?”.
Parecer técnico final: o frango da Agricarne é gostoso e eu recomendo, mas recomendo também reservar antes.

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