quarta-feira, 14 de março de 2012

Domingo no Parque

Durante este período de sumiço, surgiram mil assuntos para o blog. Só não vim porque sou a rainha da disciplina, que que este Reino Encantado das Águas Claras sempre dá boa pauta, ah, dá assim. Afinal, é difícil encontrar assim, num mesmo lugar, essa estranha mistura entre “um novo jeito de viver” e uma ausência quase total da minha, da sua, da nossa querida mão forte do Estado. Digo ausência quase total porque, quando há intervenção pública, ela quase sempre é um  “vamos criar um corredor para ônibus imaginários na EPTG e abrir um portal para Hogwarts? Os trouxas – nunca essa expressão foi tão adequada - vão reclamar por perder 25% da capacidade de  fluxo da via, mas têm que entender que precisamos precisamos garantir nosso Portal da Engenharia de Trânsito por Correspondência!”.  (A propósito, nada contra uma estrutura com linhas exclusivas para ônibus que, na minha concepção, devem mesmo ser priorizados. Só questiono mesmo é “exclusivarem” a faixa, sem antes estabelecerem uma política consistente de melhoria e aumento da frota.)

Como estava dizendo, são vários os assuntos, mas eu queria celebrar o retorno com a História dos Gansos Tresloucados. Já faz algumas semanas que o Paixão e eu estamos no projeto “Gordinho Nunca Mais” e o (lindo) Parque de Águas Claras, que vem a ser exatamente uma das manifestações mais contundentes de que nem tudo são construtoras abusadas nem buracos nos asfaltos, está nos ajudando muito. Além da possibilidade de fazer um pouco de atividade física, num local arborizado e cheio de luz, há uma energia espiritual tão boa ali... Acho que até as pessoas ficam um pouco mais desarmadas, mais simpáticas. Curto demais - e até tenho vontade de me integrar ao grupo de caminhada e corrida promovida pelo @dfaguasclaras. Só não faço isso porque seis e meia da matina é cedo demais e minha cama é doce demais, mas recomendo a  quem é menos dorminhoco.

Num dia desses, resolvemos levar pão para os patos do laguinho. Não sei se é ou não politicamente correto jogar comida para os bichos (se alguém puder informar, agradeço; não sei se é um negócio assim como no zoológico, “não jogue comida para os macacos”), mas o fato é que desenvolvi a fantasia de que os tais patos iriam amar meu pão e que eu ficaria ali como a Bela Adormecida (ou seria Branca de Neve?), jogando idilicamente os grãos para os bichinhos, que me cercariam, amorosos e gratos.

Saí de casa com o pacotinho de pão, super energizada. Já no Parque, quando comecei a jogar os pedaços, surgiram, além dos patos meio blasé e saciados, uns GANSOS, daqueles bem grandões e barulhentos. O Paixão então fala:

- Ih, ganso é bicho meio violento, hein?

Ah, onde estavam os patos e os sabiás e as cotovias?? Como disse, apareceram uns patos também, mas eu só conseguia é andar para trás, pra fugir dos gansos, e eles não me largavam e eu não largava o pão e passei a picar pedaços imensos e o Paixão “joga, joga longe que eles vão lá”.

Tenso.

Depois que me livrei dos pães, ainda deu tempo de acompanhar as evoluções de uma patinha, daquelas pequenininhas, nadando, acompanhada de uns 10 filhotinhos bem minúsculos. A cena estava idílica, a ponto de fazer outras pessoas pararem para assistir também. 

Foi lindo e eu até esqueci os gansos.

4 comentários:

  1. Voltou em grande estilo com um belo texto.

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  2. KKKKKKKKKKK, adorei, fiquei imaginando a cêna e rí muito, meu Deus, como vcs se parecem...O Cláudio escreve tão bem tbm... é criativo e engraçado, como vc!!!Parabéns cunhadinha!!!

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  3. No fim tudo deu certo!!!! ( como sempre...) Beijos!!!!!
    Larissa

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  4. a natureza tem dessas, né issana? rs!
    excelente texto. adoro seu jeito de escrever e "jogando idilicamente os grãos para os bichinhos, que me cercariam, amorosos e gratos." foi delicioso... meio jane austen... =)

    beijo p'c!

    iza

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