Retorno à academia do prédio,
depois de um interminável mês de pesadelo (sobre o qual, a propósito, prefiro
me calar, até porque este blog tem uma linha editorial bem definida). Arrasto
até lá garrafinha de água, revista, celular e preguiça, mas ignoro que, naquele local, o dia vai
ser um pouco mais agitado .
Quando chego, vizinho que já está por lá se
aproxima, para me entregar o controle da TV. Devo acrescentar que esse aparelho foi instalado há pouco mais de
um mês e passou a infernizar minha vida de leitora. O mais engraçado é que,
quando ela foi instalada, o síndico me procurou, convicto de que estava
agradando, para perguntar onde deveria colocá-la. Tive vontade de perguntar,
com ar chocado, “e quem disse para o
senhor que essa é uma boa ideia?”, mas vida em condomínio é assim e precisamos
respeitar o interesse coletivo e se quer uma academia só pra si, muda para uma
casa e, então, passei alguns minutos discutindo com ele se era melhor colocar à
direita ou à esquerda. A única reação
que consegui ter, para expressar meu desgosto, foi boicotar o uso da tal televisão,
ou seja, nunca ser responsável por ligá-la ou desligá-la. É claro que se trata
de uma medida irrelevante, que não muda nada e só me faz passar como antipática,
pois estou sempre falando para as pessoas gentis, que terminam a série e querem
me entregar o controle:
- Não, obrigada, não vou
assistir.
Isso sempre causa uma dissonância
cognitiva nelas, que levam um sustinho do tipo “nossa, mas como assim, ela
recusar virar a dona provisória da programação?”. Não foi diferente ontem,
motivo pelo qual prometi para mim mesma que, da próxima vez, aceitarei
docilmente e aprenderei com a Ana Maria Braga maravilhosas técnicas de
confecção de bombocados de jiló.
Bem, este deveria ser um post
sobre o dia inteiro, mas acabei falando só da TV e isso está se estendendo
demais, de modo que vamos encerrá-lo, pra contar o resto nos próximos
capítulos, digo, nos incríveis posts futuros.
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